Pixie
Tuesday, February 27, 2007
  ------------------------------- COISAS DA GABRIELA ---------------------------------------------

Posse: do Lat. Posse - s. f., retenção ou fruição de uma coisa ou direito; estado de quem possui ou frui uma coisa em seu poder.

Estou pensando em escrever uma carta de fã : Obrigada, Sr. Aurélio, por suas tão bem detalhadas explicações. Me apaixonei por essa em especial. Continue sempre assim.

Como é boa a sensação de possuir algo, pouco importa o que esse algo seja. Nesse caso, o substantivo não tem tanto valor quanto o verbo. Eu possuo, ele possui e nós possuimos. Uma caneta, um sapato, uma casa, um outro...

Possuir o outro é o grau máximo que se pode alcançar. Isso porquê o outro não é algo facilmente possuído. Quão maravilhoso seria se pudessemos seguir o exemplo dos americanos, cravar uma bandeira na lua e dizer: “Cheguei primeiro! Conquistei esse pedaço. Sai fora, mané!”. Sair por aí cravando bandeira na cabeça das pessoas é, definitivamente, meu sonho dourado.

Se já é legal ter uma geladeira, um sofá e um gato, imagine só incluir um humano na categoria “Coisas da Gabriela”? Fantástico!

Quero que os marxistas de plantão passem o dia catando coquinho na esquina, a bandeira americana que está com a razão, o que é meu é meu e ninguém tasca.

 
Saturday, February 24, 2007
  ------------------------------- UM DIA NA VIDA DE GISELE ---------------------------------------------

Hoje vamos falar sobre um assunto do qual eu sei muito pouco a respeito. Mas, antes de começar a me chamar de ignorante pelas minhas costas, saiba que é um assunto realmente complicado, portanto, tenha um pouco de paciência.

O tal assunto é muito, muito triste, do tipo trágico, eu diria. Ele é também muito, muito engraçado, do tipo que faz rir, diria o outro. Misture tudo e temos a tragicomédia.

E para falar sobre isso, nada melhor do que usuarmos como exemplo a atrapalhada Gisele. Vamos mergulhar na vida desse interessante exemplar e xeretar a fundo o dia-a-dia de Gigi.

Sua vida é uma sucessão de acontecimentos tragicômicos. Enquanto a maioria de nós navega sobre marés de sorte e azar, Gigi flutua sobre as ondas e encara tudo de uma só vez. É, de fato, uma mulher corajosa, engolir tudo junto pode ser um tanto quanto indigesto.

Gigi será uma personagem bastante trágica: vai quebrar a cara, levantar cobrindo o rosto de vergonha e cair de novo. Exatamente por isso que a história tem graça, somos todos um bando de sádicos que tiram sarro até de pobres anjos como ela. Que Deus tenha piedade de nós, amém.

Bem...Vamos logo com isso. Quanto mais rápido começarmos, mais rápido terminamos, e eu tenho um compromisso importante ainda hoje.

Como todo bom contador de história, começo pelo começo, observando a criança Gigi na pré-escola.

5 de abril de 1980, 2 horas da tarde, escola primária Urso Panda. Gigi está sentada na primeira fila quando sente sua pequena bexiga encher, rios e torneiras gotejantes assombram sua débil mente infantil.

Ela levanta a mão e educadamente pede permissão para ir ao banheiro, permissão essa que lhe é cruelmente negada. Gigi dança na cadeira, tenta pensar em coisas secas, fecha os olhos e se concentra...

De repente ela sente uma, duas, três, quatro mil e vinte e nove gotas de xixi escorrendo pelas suas pernas.

Tênis molhado, bochecha vermelha, lágrimas... em uma palavra: humilhação. Em duas: humilhação e gargalhadas.

Continuando...

17 de julho de 1992, 11 horas da noite, quarto de Gigi, mais precisamente cama da, até então virgem, Gisele.

A casa estava vazia, só ela e ele, seu lindo e paciente namorado. Depois de 7 meses de enrolação ela iria finalmente liberar um pouco de açucar .

Resumindo (e censurando), foi uma noite bastante romântica, digna de qualquer princesa da Disney. Pelo menos até a porta do quarto fazer toc-toc e começar a falar: “Filha? Você tá em casa, querida?”

Sua primeira reação, totalmente movida por instinto de sobrevivência, foi jogar a coberta na cabeça do rapaz para cobrir seu crime.

Depois vestiu uma camisola e abriu a porta bocejando: - Oi, pai. Eu tava dormindo. Você e a mamãe não iam passar o dia fora?

Pois é, eles mudaram de idéia. Malditos.

O resto da noite foi uma aventura. Gigi escondeu o rapaz debaixo da cama e lá ele ficou por 3 horas. E ficaria a noite inteira se não fosse pela incontrolável crise de rinite que atacou o coitado.

Resumindo (e censurando), o nada gentil pai de Gisele pegou o rapaz pelo braço e o levou para ter o tipo de conversa que você teria se pegasse alguém desvirginando sua filhinha.

A noite terminou com Gigi na cozinha chorando no colo de sua mãe e seu pai na sala arrancando lágrimas do tadinho do menino.

Mas, a vida continua.

02 de dezembro de 1995, 3 horas da tarde, carro da auto-escola em exame.

Gisele estava nervosa, era a segunda vez que tentava passar na merda daquele exame de motorista.

Pisar na embreagem e soltar delicadamente, enquanto o outro pé pisa no acelerador, parece muito mais fácil na teoria.

Mas, lá estava ela, dirigindo pelas ruas da cidade tentando não bater em nada.

De repente, vindo sabe-se lá da onde, um motoqueiro aparece na sua frente.

Só foi possível ouvir o pneu cantar seguido do cheiro de borracha queimada. Ao abrir os olhos Gigi viu um corpo estarrado no chão de um lado e uma moto caída do outro.

Atropelar um motoqueiro em pleno exame de direção não é algo que eu desejaria nem para meu pior inimigo.

Pobre Gigi, reprovou mais uma vez.

E nossa heroína continua.

Eu poderia falar daquele dia na faculdade em que Gisele cochilou em plena sala de aula e, provavelmente motivada por um sonho pra lá de agradável, fez suas cordas vocais vibrarem de uma forma imprória para menores. Ou ainda, podia lembrar de sua cerimônia de casamento, aquele dia tão sonhado e esperado, o dia em que Gigi, toda vestida de branco, errou o “Pai Nosso” e levou uma bronca do padre.

Enfim, poderia passar o dia inteiro fofocando sobre Gisele, mas com eu disse, tenho um compromisso ainda hoje.

Só uma última observação antes de ir : Esse conto foi baseado em fatos reais e feito para aqueles que se divertem com a desgraça alheia, ou seja, todos nós. Isso prova que se alguém criou a humanidade, com certeza não foi o cara lá de cima.

 
É...acho que isso prova que fui alfabetizada. E só.

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