Na esquina da Solidão com a Pedrinhas de Brilhante mora um anjo que nunca amou.
Não tinha mãe, nem irmão, nem cachorro, nem carinho...
Deus chorou.
E jogou o anjinho na solidão brilhante.
Lá ele roubou corações.
Aprendeu a querer bem, abraçar, beijar...
Sonhou.
O céu nunca veria o que ele via.
Sorria,
Mas, não amava.
Sentia fome, desejo, paixão, raiva...
Atendia preces dos amantes.
Mas, não amava.
Até que um dia o anjinho morreu.
Na autópsia o céu recebeu um coração cheio de buracos.
Deus chorou.
O amor é feito com o que há de mais corrosivo
E o coração machucado era a prova
Então, ele voltou para o céu.
Será que agora ele sente?
Será que um dia sentiu?
Um pouco de amor
O coração prova.
Todo mundo odeia enfrentar fila, se morde de raiva quando aquela velha demora para atravessar a rua ou aquele bolo demora pra ficar pronto.
Esperar é um saco. Um saco cheio de fruta verde e dura.
Acontece que a vontade de se entupir de frutose é tão grande, que aceitamos carregar esse peso pra lá e pra cá.
Mas nada garante que o saco vai amadurecer. Ninguém sabe se a colheita foi boa. Então, por que diabos essa gente espera?
Esperar alguma coisa boa sair dessa saco é pura perda de tempo.
Se eu fosse você iria agora mesmo pro mercado comprar uma laranja madura, ou melhor, já aproveita e compra o suco pronto.
Qualquer coisa é melhor do que esperar pela boa vontade de uma laranja azeda presa num saco de esperança.
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