Pixie
Monday, April 16, 2007
  ------------------------------ É O DIA -------------------------------------------

Escolhi uma segunda-feira, dia odiado por todos os gatos gordos e laranjas, para realizar meu próprio “um dia de fúria”.

Tudo começou pela 7 horas da manhã quando o despertador berrou. Eu não podia deixar barato, peguei o pequeno destruidor de sonhos, berrei de volta pra ele e, de quebra, joguei o maldito na parede. Uma atitude totalmente impulsiva, descontrole total, nem parecia a velha e pacata Gabriela de sempre.

Na mesma hora me apaixonei pelo sensação, e meu dia estava apenas começando. Tomei uma grande xícara de café com açucar (e não com adoçante, como de costume), peguei as chaves do carro e fui em direção ao trabalho.

No meio do caminho me deparo com aquele Uno vermelho, aquele de sempre, que fica na minha frente apostando corrida com o velho de bengala na calçada, mas hoje não, não mesmo! Pise fundo, tirei um fino do Uno e xinguei a loira aguada que atrapalhava minha vida com aquela lesma ambulante. Loiras aguadas morrem antes de aprender a dirigir, essa que é a verdade.

Alívio. Nada proporciona tanta liberdade quanto o descontrole, já dizia o louco.

Já no final do dia, na faculdade, o professor pede para formarmos grupos para um trabalho acadêmico. Formo o meu, cada um forma o seu.

Pouco antes de bater o sino uma atrasada gentilmente pede para ingressar no meu grupo, eu enxoto a folgada dizendo que um ramster correndo sobre uma roda tem idéias mais originais do que as dela.

Pensando nisso...Que tal dar um ramster de presente para meu gato? Fui na loja e comprei um ratinho todo peludo e branquinho com uma fita ao redor do frágil pescoço. O presente durou menos do que uma caixa de bombons na Páscoa, e a mancha de sangue no tapete não me deixa mentir.

Puta merda! (palavrão descontrolado de verdade) A quem estou tentando enganar? Isso é tudo balela! Meus passos são meticulosamente medidos para não pisar no calo de ninguém, meu tom de voz foi cuidadosamente treinado para não irritar os ouvidos sensíveis das loiras aguadas, meus gestos são sempre estudados para não ocupar espaço demais ou tempo demais, enfim, sou uma maníaca por controle, podem me internar.

 
Wednesday, April 04, 2007
  ------------------------------- PEQUENO PRODÍGIO ---------------------------------------------
Do outro lado do muro mora um menino que raramente coloca os pés fora de casa. Dizem que ele é genuinamente mimado, daqueles brasileiros que não desistem nunca, simplesmente porque nunca tiveram motivos pra desistir, nunca chegaram perto de um formigueiro ou debaixo de uma chuva forte.
O menino não é pouca porcaria, não, nasceu em um berço de perfeição alva com um móbile de cinco lados que nunca enroscavam. Foi criado a pão-de-ló pela Dona Esperança e o Sr. Ilusão, seus tutores, recebia café na cama e ouvia histórias na hora de dormir, um mimo só.

Mas, admito que temo pelo pequeno otimista camarada. O que será dele quando o mundo lá foram começar a tratá-lo a pão bolorento e refrigerante sem gás?
 
É...acho que isso prova que fui alfabetizada. E só.

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